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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

didatica: ratíquio e comenius

Mais sobre: O SURGIMENTO DA DIDÁTICA
Didática
Ementa
A didática e suas dimensões político-social, técnica e humana e as implicações no desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. O objeto da didática. Pressupostos teóricos, históricos, filosóficos e sociais da didática. Tendências pedagógicas e a didática. Planejamento de ensino. O ato educativo e a relação professor-aluno.
Descrição
A disciplina faz parte nos fundamentos para a formação do educador em Matemática e pretende promover a reflexão sobre a estrutura e dimensões das relações educativas, que se processam no cotidiano do espaço escolar e da sala de aula a partir da análise e crítica dos elementos envolvidos na prática didáticopedagógica do professor. Discute o ato de planejamento e avaliação como componentes indispensáveis à prática educativa, além das diferentes concepções e perspectivas de concretização da relação professoraluno, ensino/aprendizagem.
Objetivos
GERAL Compreender as abordagens teórico-metodológicas da didática, situando-a no contexto histórico-político-social que envolve o ato educativo numa perspectiva participativa, criadora e transformadora da realidade. ESPECÍFICOS Reconhecer os pressupostos históricos, filosóficos e sociais da didática que permeiam a relação Educação e Didática no contexto da sala de aula. Refletir criticamente sobre os pressupostos teóricos da didática, destacando a sua multidimensionalidade na prática educativa, a fim de efetivar mudanças no pensar e fazer pedagógico. Analisar a didática como disciplina teórica, capaz de oportunizar a reflexão sobre a prática educativa e sua relevância para a formação do educador crítico e comprometido com a transformação social da escola e da sociedade. Analisar a Didática no contexto histórico e político da Educação, reconhecendo as diversas tendências pedagógicas que permeiam a prática do educador, refletindo sobre a própria postura teórico-metodológica como educador das Ciências exatas. Construir novas perspectivas de planejamento, a partir da problematização da realidade e da participação, reconhecendo-se como elemento integrador e facilitador do processo ensinoaprendizagem. Discutir a necessidade de intervenção e transformação da escola a partir do processo de elaboração e execução do planejamento de ensino de matemática.
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Unidades Temática Integradas
Unidade I Os Pressupostos Teóricos, Históricos, Filosóficos da Didática
A relação Educação - Didática. O objeto da didática A Didática e processo ensino-aprendizagem Unidade II As Tendências Pedagógicas da Didática
As concepções liberais da Didática Tendência tradicional; Tendência da Escola Nova Tendência Tecnicista As Concepções críticas da Didática Tendência Libertadora Tendência Crítico-social dos Conteúdos Unidade III A Didática e a Formação do Educador
Os pressupostos teóricos e metodológicos da Formação do Educador A relação professor-aluno e a ação dialógica. Aspectos teóricos e metodológicos do cotidiano da sala de aula Unidade IV Planejamento de Ensino.
Planejamento participativo. A integração entre escola e contexto. A ação interdisciplinar e a produção do conhecimento. O Planejamento de ensino e seus componentes curriculares
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Unidade I Os Pressupostos Teóricos da Didática
1. Situando a Temática
A Didática é uma disciplina do núcleo obrigatório da formação do educador nos cursos de licenciatura. Seu eixo de trabalho é a relação educação e ensino-aprendizagem, que envolve as concepções de sociedade, educação e sujeito presentes na prática pedagógica do educador/professor. Ao longo da história da educação a Didática vem mudando sua concepção na forma e no conteúdo, passando de uma dimensão instrumental/técnica para uma dimensão político/social do ato educativo e busca tratar as questões relacionadas à educação, a formação do educador e do processo ensino-aprendizagem como elementos inerentes do ato educativo que envolve diferentes concepções ideológicas. Neste capítulo inicial iremos estudar os pressupostos teóricos da Didática, nos aspectos históricos, filosóficos e da relação educação e ensino-aprendizagem. Partiremos do conceito de educação em suas várias concepções e contextos, pois as práticas educativas sofrem modificações a partir das mudanças econômicas, sociais e culturais pelas quais passa a humanidade.
2. Problematizando a Temática
As mudanças conceituais acerca da educação relacionam-se com o desenvolvimento da natureza humana nos aspectos sociais, culturais e cognitivos. Por isso, antes de falarmos de prática educativa, da ação didática nos debruçaremos sobre as concepções de educação em seus diferentes contextos. Nesse sentido necessário se faz indagar: O que é educação? De que tipo de educação estamos falando? Para que tipo de sujeito e sociedade? As práticas educativas do processo de ensino-aprendizagem são as mesmas para a educação formal e informal? A ação didática envolve uma reflexão filosófica sobre o ato educativo eseus desdobramentos sociais e políticos no contexto da ação dos sujeitos e da sociedade, pois o ato educativo envolve elementos da ação humana, técnica e político-social, portanto, não se caracteriza como uma ação neutra, ao contrário, guarda em sua essência a dimensão da ideologia, seja em uma perspectiva conservadora ou transformadora da realidade. O esforço de conceituar educação traz subjacente outros conceitos que dão suporte aos argumentos apresentados ao longo do texto, pois a educação, como as demais práticas sociais, acontece em contextos históricos e culturais que lhe impõem exigências e lhe conferem características. Por isso, o conhecimento dos aspectos histórico-culturais de uma determinada formação social é imprescindível para que se possa compreender a educação e perceber os objetivos que lhe são atribuídos. De modo, que para o alcance do sucesso da disciplina faz-se necessário que leiam o texto e complementem as informações com a pesquisa bibliográfica em outras fontes.3 Conhecendo a Temática 3.1. Educação e Didática
A história da Educação no Brasil nos aponta os vários significados que a educação vem adquirindo ao longo do tempo, variando em suas concepções filosóficas e ideológicas, adquirindo ressonância diferenciada nos diversos contextos políticos, sociais, econômicos e culturais. Destes, é possível apontar duas visões fundamentais acerca da educação: a educação funcional e a educação crítica. As concepções de educação funcional e crítica em seus diversos contextos de produção da ação educativa apresentam tendências pedagógicas, corporificando o fazer didático e sua expressão no currículo escolar, indicando as concepções político-ideológicas de quem a planeja e executa. De modo que para a efetivação de uma pedagogia crítica da educação se assinala a necessidade de envolvimentos dos atores educativos com a realidade social, política e cultural que estão envolvidos. Em uma visão funcional, a educação é vista como a ação exercida pelas gerações mais antigas sobre os que ainda não estão prontos para a vida social . (DURKHEIM, 1967, p. 41). Nessa perspectiva, a educação é denominada de formal e se insere em um contexto de uma prática institucionalizada, planejada, sistemática, objetivada a dar respostas científicas a determinados fenômenos sociais. Essa concepção de educação se insere no conjunto da teoria positivista que não considera a realidade social e cultural dos sujeitos para os processos de produção do conhecimento e é concebida como uma transmissão unilateral do processo de conhecer.
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O principal fundador desta concepção foi Comenius (1592-1670) com a obra Didactica Magna (1657) em que indica as bases para uma educação universal, a partir da didática vista como a arte de ensinar tudo a todos . Sua pedagogia é impregnada de uma forte conotação ético-religiosa para a formação do homem virtuoso , indicando para isso a necessidade de professores dotados de um bom método de ensino. Para Comenius, o sucesso escolar reside no método único , em que a chave metodológica é a repetição. Embora as escolas sejam diferentes, não se ensinam, porém, matérias diferentes, mas sempre as mesmas de maneira diversa, ou seja, todas aquelas coisas que podem tornar os homens realmente homens . (apud. CAMBIO, 1999, 288). Isso significa que os conteúdos desconsideram os elementos diferenciadores de sua realidade e da estrutura escolar, devem ser repetidos com graduais e progressivos níveis de aprofundamento e reelaboração de acordo com a classificação da estrutura cognitiva do aluno. Sob o princípio da contradição teoria e prática; conteúdo e realidade; professor e aluno, funda-se o germe da racionalidade iluminista, que vai predominar na modernidade1, como sendo o fundamento da divisão do trabalho, do conhecimento, da ideia de escola e de ensino-aprendizagem como um processo de memória e repetição. A ideia do método único não indica rupturas ideológicas ou pedagógicas entre o modelo das escolas monásticas2 e o proposto por Comenius na sua Didática Magna (1657), pois o centro da problemática, a dicotomia teoria-prática, escola-realidade, continua a existir. Essa concepção unívoca tem permeado a prática pedagógica de inúmeros educadores que desejam encontrar no método e nas técnicas as soluções para os diversos problemas de aprendizagem, focados aqui sob o prisma da neutralidade ideológica. Nesta visão de educação se apregoa uma sociedade harmônica e sem conflitos, propícia ao desenvolvimento da alienação pelo trabalho e da promoção das habilidades individuais, em que a educação transforma-se em elemento de segregação e classificação dos que sabem e dos que não sabem. Ao contrário do que a sociedade do capital enseja outro olhar se destina a perceber a sociedade e a educação. Na tentativa de mostrar as contradições e os conflitos da sociedade capitalista, Marx lhe atribui novos significados aos conflitos sociais, como assevera Florestan (1987, p. 149).

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